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📦 Reforma Tributária:

O Que Muda Para Quem Atua com Importação e Exportação?

A tão esperada Reforma Tributária brasileira finalmente saiu do papel. Com a aprovação da Emenda Constitucional nº 132/2023 e a regulamentação pela Lei Complementar nº 214/2025, o país dá início a uma transformação profunda no sistema de impostos sobre o consumo.

Mas o que essa mudança representa, na prática, para quem trabalha com comércio exterior?  Entenda como a reforma impacta diretamente as operações de importação e exportação, quais são os benefícios, os desafios e o que sua empresa precisa fazer para se adaptar com inteligência.

🌍 Exportações: Mais Competitividade, Menos Resíduo Tributário

Antes da reforma, produtos exportados frequentemente carregavam “resíduos” de tributos pagos ao longo da cadeia produtiva — como ICMS, PIS e Cofins. Esse acúmulo encarecia os produtos brasileiros no mercado internacional, reduzindo sua competitividade.

Com a nova estrutura, os tributos CBS (federal) e IBS (estadual/municipal) seguem o princípio da não cumulatividade plena. Isso significa que todo imposto pago vira crédito, e as exportações ficam totalmente desoneradas. É um avanço significativo para quem vende para fora do país, tornando os produtos nacionais mais competitivos e alinhados aos padrões internacionais.

🚢 Serviços Exportados: Imunidade Tributária Garantida

A reforma também traz segurança jurídica para quem exporta serviços. Atividades como frete internacional, seguros, armazenagem e logística passam a ter imunidade tributária assegurada, eliminando dúvidas que antes geravam insegurança e judicialização.

Essa mudança facilita a integração entre bens e serviços nas exportações, reduz custos operacionais e fortalece a posição do Brasil no comércio global.

📦 Importações: Tributação Direta e Transparente

Para quem importa, a reforma altera a forma de cobrança dos tributos. A CBS e o IBS passam a ser recolhidos no momento do desembaraço aduaneiro, com alíquotas destacadas e visíveis — o chamado cálculo “por fora”.

Isso exige maior atenção ao planejamento financeiro, já que o pagamento será imediato. Além disso, será necessário atualizar sistemas contábeis e fiscais para garantir conformidade com o novo modelo digital de escrituração tributária.

🧮 Drawback e Insumos Importados: Regras Mais Claras

O regime de Drawback Suspensão, que permite importar insumos sem pagar tributos quando usados na produção de bens exportados, foi aprimorado. Agora, insumos nacionais e importados recebem tratamento tributário igual, fortalecendo cadeias produtivas e ampliando o potencial exportador brasileiro.

Essa equiparação elimina distorções e torna o processo mais justo e eficiente para indústrias que operam com insumos globais.

🧭 Simplificação e Padronização Nacional

A reforma elimina distorções causadas por legislações estaduais e municipais diferentes — como o ICMS na origem. Isso representa:

  • Menos burocracia nos portos e aeroportos.
  • Mais previsibilidade nas operações internacionais.
  • Redução de conflitos entre estados e municípios.

A padronização nacional facilita o planejamento logístico e tributário, especialmente para empresas que operam em múltiplas regiões.

⚠️ Desafios Para Importadores

Apesar dos avanços, há pontos de atenção que exigem preparo:

  • Produtos que antes contavam com benefícios fiscais estaduais podem sofrer aumento de carga tributária.
  • Empresas precisarão revisar seus fluxos de caixa, sistemas contábeis e estratégias de compliance.
  • A transição até 2033 exige planejamento estratégico para evitar riscos e aproveitar oportunidades.

🎯 Conclusão: Prepare-se Para Crescer

A Reforma Tributária não é apenas uma mudança de tributos — é uma reconfiguração do ambiente de negócios. Para quem atua com importação e exportação, ela traz mais transparência, competitividade e segurança jurídica, mas também exige adaptação rápida e estratégica.

Empresas que se anteciparem às mudanças estarão melhor posicionadas para crescer, conquistar novos mercados e operar com mais eficiência. O futuro do comércio exterior no Brasil está sendo redesenhado — e quem entender essa nova lógica tributária não terá dores de cabeça.

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